
... Eriador, foi-lhe murmurado, seria o nome deste outro mundo... ou assim eridanus julgou ouvir, de algumas folhas agitadas pelo vento... um vento que, dissipada alguma névoa mais densa, lhe permitiu entrever a luz bruxuleante de algumas tochas acesas na frente de uma estalagem
eridanus entrou, sentou-se e, num ambiente reminiscente de contos antigos, perdidos na memória, ouviu viajantes que, sem o verem, narravam entre si a fantástica história da sua própria visita ao Castelo Sem Nome... e de como por lá ficara perdido um peregrino chamado... chamado eridanus !
... gritou, mas ninguém ouviu o seu grito,
o sonho e a vigília entrelaçaram-se, veio o dia
e foi sob a luz de outra estrela que eridanus se viu
reflectido nas águas de um regato nas montanhas de Leaves...
*
«Dizer não posso como lá cheguei.
P'lo sono que de pronto me invadiu
Quando da vera estrada me apartei.»
*
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Fontes: do texto: a conjectura existencial de eridanus; Dante Alighieri, «Inferno», canto 1, 4; das imagens: fotografias de Tao, de Eriador e de Leaves, encontradas num bornal, perdido à beira de uma estrada esquecida.