Sunday, June 18, 2006

Privação

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Imagem: «Naufrágio» de Giovanni Barbieri

Saturday, June 03, 2006

Pégaso meu


Nas asas de uma nuvem
a galope
Corro pelo tempo fora
qual Atena
Sem rédeas nem freio,
só com esporas
Sobrevoando miragens
de verbena

Não quero demorar-me
na subida
Pois metade do meu tempo
já passou
Deixo p'ra trás
todas as fantasias
Que pelas asas de um sonho
é que eu vou

E eis que me detenho
na fonte d'Hipocrene
Dessedentando minh' alma
sequiosa
Que neste finito pedaço
de infinito
A viagem é curta
mas penosa

E entre as asas da vida
a toda a brida
Fustigando as horas
cavalgo estrada fora
O meu relógio
só tem o ponteiro dos dias:
das alegrias de te ver
não vejo a hora

Entre as asas do tempo,
peregrina,
Cortando a distância,
vejo o Futuro à porta
Faço voar o sonho e a alma,
enfim, a vida
Erro meu! nem o Presente
já m' importa!

No meu cavalo alado
vou montada
Galgando o infinito rumo a ti
Que um sonho
fez-se minha estrada
E o meu destino - ou desatino
És tu, minh' Alma Gémea,
meu Espírito, Querubim!