Monday, September 11, 2006

mysterium eridani II


... vencida a esfinge, eridanus deixou para trás de si o primeiro portal do terror e entrou no adro da realidade..., descobrindo-se a si próprio, começa, enfim, a compreender o que é necessário no universo, o que é necessário em cada acontecer, como sendo o que é necessário à sua própria alma...



... siderado por esta percepção dos vestígios antigos que encontra no deserto, duma prova da sua própria existência, eridanus caminha agora pensativo, sobre um magma pulsante de novos mundos emergentes, ferindo-se naqueles que solidificam e cristalizam, cauterizando as suas feridas na memória do brilho salino da mulher de Lot, que evanesce dissipada...


... exausto, mas não exangue, eridanus oferece o corpo a um rio de lava que flui e, assombro seu, descobre-se resgatado desse frio, envolto e revolto numa labareda que o banha de luz rasgada através da opacidade do seu ecrã...


... eridanus baixa os olhos e contempla ...


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Fontes:
Das palavras: Hermann Broch, A Morte de Virgílio, Relógio D'Água ; anónimo, século 20, A Conjectura Existencial de Eridanus.
Das imagens: radio canada (?), Sphinx ; Bill Russell, Desert Night ; Quarks & Co, MAgma ; flame galactic nebula.