Monday, May 01, 2006

a flor que [não] me foi dada


... e se hoje, num sonho,
.
caminhasses pelo Paraíso
.
e alguém te desse uma flor
.
como prova de que por ali passaras,
.
e se amanhã, ao despertares,
.
encontrasses essa flor na tua mão,
.
então...
.
.

... então o quê ?
.
.
.

shhh...
.
.
«Não te movas se, de repente,
.
o Anjo se senta, à tua mesa;
.
alisa, com vagar, os breves vincos
.
que a toalha faz, debaixo do teu pão [...]»
.
.
.
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Fontes: Coleridge, S.T., in Borges, J.L., O Livro dos Sonhos; Rilke, R.M., Frutos e Apontamentos.

9 comments:

Berenice said...

...então o quê? Sentir-me-ia perdida por perceber que afinal não existiam paraísos perdidos e recomeçaria a sonhar para nada mais fazer a não ser sonhar...

Isabel José António said...

Guardaria
essa flor
como o mais precioso
dos momentos...
Duvidaria
que essa flor
não fosse
um dos meus tormentos...
Esperaria
dessa flor,
um e todos os alentos...

Isabel

Eridanus said...

cuidai senhoras!, não vos suceda como a Chuang Tzu, que,
sonhando ser uma borboleta, não soube depois, ao acordar, se era um homem que tinha sonhado ser uma borboleta, se uma borboleta que ora sonhava ser um homem!

Rosalina Simão Nunes said...

eu costumo fazer isso "alisar (...) os breves vincos que a toalha faz".
manias.

Eridanus said...

essa sombra angélica em que adormeces tranquila, sabes?, o anjo, planície, tem uma alma clara e sem costura...por isso merece bem que a toalha esteja lisa e sem descompostura

Pedro Melo said...

Bem, entao... procurava um novo sonho (e me abria a novas interrogações)... pois esse outoro já estaria cumprido...


Foi este pensamento que tive quando li este post, parece que faz pouco sentido... mas para mim faz algum...

Rosalina Simão Nunes said...

um anjo...

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