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... investindo-se a si mesmo, nas asas da aurora
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... eridanus deu fim ao seu vôo planado entre os astros fulgurantes de luz e mergulhou a pique nas profundezas do abismo da sua alma;
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; eridanus vai decidido a cindir-se mortalmente dos monstros que ali o tolhem, e protegem, do enleio dos seus medos...
..... assim, perfurando os ares, rasgam-se cataratas nos seus olhos cegos, e ele contempla, e ele sente:
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«Eu sinto dentro de mim
que se me encontro no mundo
é porque para cá vim»
... e é nestas reverberações que o seu bater de asas suscitava, naquela atmosfera que o envolvia - qual firmar de consequências da grave decisão que tomou - , que eridanus agora inspira o som da sua própria libertação:
«Caminhar por onde vou
querer aquilo que quero
ser mesmo aquilo que sou»
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Fontes:
Das imagens: ?, Sol Alado; George Grosz, Wanderer; CasparDavid Friedrich, Wanderer.
Do texto: a conjectura existencial de eridanus; José Ribeiro Dias, Livro de Horas do Mosteiro Cistercience de São João de Tarouca.